The Look.

 

 

 

 

You know what’s funny about me? I’m not looking for a clue that I am not awesome. So, perhaps you might find out that I’m not as awesome as I look, or you might even find out that I am not awesome at all!

And then you can, like, laugh your ass out and think like “Dude, you are SO not awesome. Look at you, clown – go home you’re drunk!”

Of course, when I check it out and find out that you are laughing so hard, for sure you will be clearly demonstrating with this behavior that you’re acting like a fucking smart ass, and this is the moment when the magic begins…

I will give you The Look.

You see, The Look will only ask you, like “Are you sure that you figured me out… completely?”

And then you’re gonna stare at me, dazed and confused – like Zeppellin – and ask yourself like “What if this dude is like super-hiper-mega-tera-hexawesome, but I am not cool enough to realize it?”

And by the time you finish this self-questioning stuff, I will be walking away, striding towards the sunset, looking cool as fuck, wearing leather jacket, sunglasses, with explosions behind my back and shit…

 

(…)

A maior de todas as coisas…

Na mesma semana alguns meses atrás, vi o Sol se por atrás de um vulcão, e uma tempestade em alto mar castigando a minha embarcação com ondas de sete metros. Eu vi coisas grandes. A névoa ao redor da base do vulcão parecia um augúrio de que ele ainda observava, respirava e esperava por nós – por nosso descuido, descaso, pelo nosso adormecer. As ondas arrebentavam-se contra o casco do navio, e mais pareciam golpes de aço contra aço do que água contra o metal, perdi meu centro de gravidade várias vezes na mesma noite. Ainda assim, enquanto todos me alertavam quanto ao perigo, eu gritei a Poseidon para que ele trouxesse e me entregasse em mãos o seu pior – eu sorria e sorvia com Paixão Verdadeira a fumaça do meu cigarro enquanto tentava me manter em pé…

Após três meses em terra, cercado de concreto, por mais tonificados que estejam seus músculos, o principal deles começa a amolecer; o tal do coração. Os dias quentes dos trópicos sempre têm o efeito angustiante de me apertar o supracitado órgão vital, e o clima frio fora de época me trazia um alívio triste, como seria se você fosse um príncipe ou uma princesa, mas tivesse que se contentar com o título de Conde ou Condessa; é nobreza, sim, mas não é Real.

No entanto, mesmo tendo visto vulcões e tormentas que molestavam os corações mais fracos e que dos fortes, ao menos perturbavam o sono, a maior das coisas ainda estava por vir…

Creio que era o dia mais quente da minha Vida, e não exagero nisso. Tendências homicidas são meu cotidiano, é verdade, afinal meu sangue clama por guerra desde antes mesmo de eu entender o que era guerra, mas eu já começava a traçar planos e mortes – falo sério. Os ventiladores me irritavam com o seu barulho, e sopravam ar quente em minhas narinas. Eu queria arrancar a minha própria pele, pra sentir frio ao menos uma última vez, quando o sangue se esvaísse e em conjunto o ar fosse soprando em minha carne viva. Na ânsia de paz, me direcionei à janela do quarto pra destilar o fel que já tomava conta do meu sangue, mirando os transeuntes do alto do décimo andar e amaldiçoando suas existências, sem nem ao menos conhecê-las. Foi quando eu vi a maior de todas as coisas…

O céu ao fundo da cidade já não era mais cinza-chumbo, era negro. E o breu se estendia além da minha privilegiada vista de um dos pontos mais altos da cidade; o que não era concreto, asfalto, ou árvores era o escuro do céu. O vento, antes catalisador de um calor miserável, agora era dez vezes mais potente em seu sopro, gélido como o coração de quem se apaixonou um dia e foi rejeitado – e uivava perverso. As janelas tremiam por todo o prédio, as aves mal conseguiam voar, pessoas corriam e o mundo estava a apenas uma lágrima do pânico.

Começaram os relâmpagos, e os trovões não levaram mais de um segundo para acompanhá-los, ou seja, a tempestade estava logo acima de nós – enquanto o dia morfou-se em noite.

Eu não via mais a cara da cidade, senão quando os raios rasgavam o céu e traziam luz ao palco de Zeus.

Foi quando eu senti, pela primeira vez em anos, Medo.

Agarrando-me ao último fio de minha dignidade, não permiti que nenhuma lágrima escorresse pelo meu rosto, e me deixei levar pelo Medo para poder entender sua origem…

Eu temia, amigo, não a Tempestade, mas as grades da janela do meu quarto. Eu presenciava a maior execução de um trabalho de Arte da própria Mãe, por trás de grades, sendo que não cometi nenhum crime, e tampouco fui julgado – mas me senti condenado.

Não eram mil questões que se passavam pela minha cabeça, de fato era apenas uma: como eu cheguei a isso?

Gritei, chorei, solucei, uivei, rosnei, e salivava com ódio e fúria; selvagem, mas por dentro. Por fora, o rosto impassível, de olhos vítreos.

Não direi que sei a resposta com clareza, tampouco encerro minha penseira com lições de moral dúbia ou com frases que alavancam grandes questionamentos. Mas sei que foram os pequenos prazeres aos quais me rendi – que me impediram de poupar-me para financiar minha Liberdade –, sem dúvida, que alimentaram a fornalha fúnebre das ações que me levaram até onde eu estava no momento crucial de quando eu vi a mais bela e grandiosa das coisas que presenciei na Vida; atrás das grades…

Sobre as flores…

 

 

Nada mais belo e diverso do que as flores. Um extenso jardim é uma dádiva cuja classificação não pode ser menos que divina.
No atual estágio do mundo, no entanto, até mesmo a beleza clássica de um jardim precisa de um leve esforço da mente para ser compreendida – e até apreciada.

É um desejo das forças criadoras que as flores estejam ao alcance de todos, mas será que todos devem ter acesso às mesmas? Quantos de nós sabemos apreciar o sublime perfume das rosas? Quem se preocupa se a azaléia gosta mais das sombras? A quais de nós importa se a violeta não quer que molhemos suas folhas?
Com grande pesar eu observo os jardins perfeitos produzidos por alguns, outros conquistados com esmero, e vejo as pessoas à margem…
Que fazer com as pessoas à margem dos jardins? Tudo o que elas conseguem é sentir os perfumes e desejá-los com avidez. Outras nem mesmo querem conferir valor às flores; o valor intrínseco das mesmas. Todos estes não irão se conter, e se adentrarem os limites do jardim irão destruí-lo…
Não, estas pessoas não podem entrar no jardim.
Antes de possuir as flores elas devem aprender a respeitá-las. Quando através do muito observar, os reais valores de cada flor brotarem em seus corações, quando o perfume for algo mais que um simples objeto de desejo, quando as violetas forem respeitadas em seus caprichos, aí sim, as pessoas à margem dos jardins poderão entrar. Os limites irão diluir-se e todo o mundo poderá desfrutar das flores.
Mas hoje as flores não são e tampouco devem ser para todos. Pois ainda há quem caminhe por uma floresta e enxergue apenas lenha para fogueira.

Kat.

Ele estava parado na frente da porta do apartamento dela há uma hora segurando o bouquet de flores e murmurando algumas palavras de um ensaio prévio em frente ao espelho. Tentava de todo jeito seguir uma linha de raciocínio, mas quando falou alguma coisa que dava pra escutar, saiu-se com isto…

“Eu vim aqui porque você é… Muito… Legal. Mas não só legal. Bem, talvez depois de uma garrafa de vinho eu consiga falar tudo de uma maneira mais fluente. 0k, talvez depois de umas doze garrafas eu tenha a fluência pra dizer e as coisas pra dizer.

É que eu deixei escapar tantas oportunidades ao longo da Vida, mas nenhuma oportunidade… 0k, não falemos oportunidades, falemos pessoas… Eu deixei escapar tantas pessoas legais, maravilhosas, e… Nenhuma opor… Nenhuma pessoa era como você, Kat.

Vamos pular o óbvio de que você é uma mulher linda, com lindos cabelos ruivos e um lindo sorriso, e um par de pernas… Pernas… Que pernas! Meu Deus que pernas são aquelas? É o par de pernas mais perfeito que eu já vi, dá vontade de…
Concentre-se!

É que eu vivo rodando por aí, e você sabe que eu tenho mais poeira nas botas que qualquer outro cara, Kat, porque eu sempre quis conhecer o mundo inteiro. E você…

Você chegou do nada, como eu chego na vida das pessoas. Não quero que você pense que eu estou apaixonado por um reflexo no espelho… Peraí, eu disse apaixonado? Êta porra! Mas vai, eu estou apaixonado – pronto! Porque você chegou, e me deixou sem palavras, e me deixou inseguro, e me deixou com vontade de não demonstrar insegurança, e me fez sorrir feito idiota, e me fez conhecer coisas novas, outras músicas, sentimentos que eu me negava a tentar sentir…

Mas que merda, Kat! Com que direito você chega e me faz de idiota? Quando eu cozinho perto de você eu corto os dedos, eu canto errado as músicas na minha própria língua, eu penso antes de falar, eu pergunto sua opinião. Eu subo a pé desde o andar térreo até o décimo andar e roubo as rosas do apartamento 42 pra te dar. Mas, o principal de tudo isso Kat, o principal é que você me faz querer ficar.

É, você me faz querer ficar e deixar a Estrada pra trás. Você me faz querer ter raízes. Você me faz querer descansar as asas…

Todo mundo imagina a Primavera, e as porras das flores, e o caralho todo ensolarado como cenário das grandes paixões, mas você Kat, você chegou como uma tormenta. O que você não fulminou na tempestade de relâmpagos, você inundou com a chuva ou afugentou com os trovões.

E eu nunca me senti mais pleno antes de você. Os desenhos que fiz no mapa-mundi eram o rascunho da minha Vida, e você foi quem deu contorno. E é por isso que eu quero ficar… Eu me sinto completo.

(…)

Mas que diabos! Que tipo de garota iria querer ouvir um monte de merda como esse?

Olha só pra você, cara; segurando um bouquet de rosas na frente de uma porta de apartamento e falando sozinho! O que houve contigo?
Cala. A. Boca. E. Desce.
Sério mesmo que você achou que a Kat iria cair nos seus braços por isso?

Que tipo de mulher cairia por isso?!”

Eu cairia… – disse uma voz suave e feminina atrás dele. A porta se abriu, e uma menina ruiva botou a cara pra fora, sorrindo.

Ele levou o maior susto que levara na Vida in-tei-ra, e gritou – PUTAQUEOPARIU! Ela levou o dedo aos lábios em sinal de silêncio. Enquanto ainda se recompunha, o garoto perguntou –  Há quanto tempo você tá aí, Kat?!
Ela continuou rindo, e disse –  Desde que o meu vizinho falou que um maluco estava com um bouquet de rosas – flores que eu odeio – na mão e murmurando na frente do meu apartamento, olhando pro chão.

O garoto fez uma cara que era um misto de vergonha com gargalhada contida. Ela abriu a porta pra ele entrar, e ele avançou pra dentro do apartamento. Antes dela fechar a porta, disse – Jogue essas rosas no lixo, por favor… E o que é que você falou mesmo das minhas pernas?

 

 

 

(…)

This is America.

 

 

 

 

Multidões bebendo o veneno da Aceitação; dos desmandos dos amores, do trabalho, do transporte lotado, do salário que é pouco mas vem.

E ninguém vai respeitar seu momento, esquece, o Silêncio não virá e se você reclamar, a vontade de falar das pessoas vai se tornar maior.

Você quer dar um murro na boca de todo mundo que fala ao seu redor num raio de oito km². Um murro que vai sangrar. Você quer selar o teu silêncio com sangue.

Você tem vontade de beijar aquela boca que está longe de você. Só beijar, com força, com desejo, pra mostrar que as duas pessoas se merecem em tudo, se parecem em tudo, e deveriam se despir de todos os preconceitos idiotas dos dois e se entregarem ao que são; duas drogas de humanos.

Você caminha e quebra todas as drogas dos espelhos da casa que o último doente narcisista e egocêntrico deixou pra trás.

Billy morreu, seu cachorro, e você não sabe do que foi. E lá seu foi seu último amigo…

Você chora, e chora de soluçar quando vê seu amigo deitado no chão, e deitado pra sempre. Vai na geladeira e pega uma bacia de morangos com calda de morango entupida de corante e gorduras trans e devora, sem deixar vestígios senão nas suas mãos e boca que parecem ter saído de um filme de terror B.

Recolhe dois pares de tênis, o tanto de roupa que pode colocar numa mochila grande – priorizando os jeans – e o envelope com dinheiro que sua mãe mandou.

Por último, pega a Taurus que guardava na gaveta ao lado da cama, para o caso de perda de emprego, de amor, de Billy, e agradece à Segunda Emenda da Constituição – e viva a América!

América; a puta velha que te dá uma rasteira. América que dobra os teus joelhos, quebra tuas pernas e deixa você de quatro pra sempre se você não fizer alguma coisa louca ou se não explodir a cabeça. América que te pressiona até você quebrar – em partículas subatômicas – ou até você virar um diamante.

Você virou um diamante.

Desconecta a mangueira do gás, dá um último beijo no Billy, enrola um pouco, pede o elevador com a porta do apartamento entreaberta. Quando a vizinha te vê, você leva o dedo indicador aos lábios e faz o sinal de silêncio.
Atira pra dentro do apartamento, explodindo tudo e incendiando a porra toda. O backdraft te empurra pra dentro do elevador. A adrenalina de quase morrer é mais gostosa que um orgasmo.

Próxima parada do diamante: New York City.

Ainda tem umas 15 horas pro próximo avião, mas você não se incomoda em esperar; a América sempre estará ao seu lado…

Gente burra.

Aprendi a não ter mais orgulho da minha inteligência. Veja bem, isso é uma das coisas mais tolas, arrogantes e sem sentido que alguém pode fazer. Mas, engraçado, não consigo deixar de ter ódio de gente burra.
Gente burra não é quem não consegue processar informação com rapidez, não é quem não leu centenas de livros, não é aquela pessoa que não fala várias línguas e nem é aquela pessoa de pensamento e gosto simples.
Gente burra mesmo é quem PODERIA ter lido vários livros, mas senta em frente à TV ou lê revista Caras. Gente burra é quem não liga pra falar bem nem mesmo a própria língua, e acha que “tá tudo bem, cê intendeu“. Gente burra é quem conhece filmes e música de todos os gêneros, mas prefere ouvir e assistir o que não lhe desafiará a mente. Gente burra acha que caro é bom, e barato é ruim – e que isso é absoluto.
É importante ressaltar que não confundo gente Simples com gente Burra. Afinal, convenhamos que inteligência não somente é uma predisposição genética, como há de fato várias inteligências. Simplicidade é uma coisa e burrice é outra. Nasce o indivíduo simples, e agrega a si mesmo os valores escolhidos dentre o que lhe foi possível observar e o que sua própria intelectualidade consegue processar. Pra ser mais claro, só com a máxima “Ser burro é opcional”.

Aliás, as pessoas simples têm uma predisposição à Sabedoria que realmente me atrai, e que raramente encontro em mim mesmo. Talvez haja nelas uma maior clareza de pensamento, que aqueles que conseguem processar mais informação tratam sempre de afastar de si para abarcar mais conteúdo – num desespero totalmente egóico, convenhamos – a custo do próprio sossego. Atitude condenável e que eu mesmo pratico às vezes, embora esteja no caminho de aprender a abdicar disso…

Mas a quem queremos enganar, hein?! Isso aqui é só um desabafo de um cara que está engatinhando na humildade, mas que AINDA ODEIA gente burra!

Por derradeiro, digo que nisso tudo o mais foda é que não há como ofender gente burra, já reparou? Parafraseando um amigo meu “pra ofender gente burra você tem que descer ao nível dela, e vai perder a discussão por inexperiência…

Carro. Apartamento. Emprego. Buenos Aires.

 

Eu sou do futuro, mas tô pouco me fudendo se você acredita nisso ou não.

Eu conheci você um ano antes de se aposentar. Engraçado, você até mantinha um marcador no alto da tela do seu notebook, com a contagem regressiva, mas isso não é importante agora…

Seguinte, você é precioso pra empresa. Na verdade, a cada mês você evita a perda de dez milhões de dólares, e faz com que a empresa leve aí uns cinqüenta milhões por mês, mais ou menos. E você ganha 0,03% desse último valor que eu mencionei – grana pra cacete.

Seu apartamento vai ser quitado em 2 anos, com a ajuda do seu décimo terceiro dos próximos anos. Ele fica perto de uma linha de metrô nova, e é um apartamento GI-GAN-TE.

Você tem um Camaro 1978 restaurado até o último fiozinho do carpete.
Você não conheceu a Escócia ainda, pois estava muito ocupado. Sua esposa é essa namorada que você tem agora, que trabalha no segundo turno da sua empresa. Sem filhos; vocês esperaram demais e resolveram cancelar.

Todo ano vocês vão pra Ubatuba, e quando querem cometer uma loucura, um desvario, um excesso de gasto e locomoção, Buenos Aires ou Punta Del Este.

Você conseguiu mais do que 70% da população brasileira.

Você tem um emprego que te paga bem, uma carreira sem atropelos, apartamento, um carro que foi eleito ‘Carro do Ano’ por 7 anos consecutivos e um clássico restaurado, e paga a faculdade de medicina do seu sobrinho.

Ainda assim, quando você me contou essa história, você chorou. Você se lembrou do poema de Robert Frost – que até então eu não conhecia – e em lágrimas escreveu toda tua história pra mim. Depois você me pediu pra estourar os teus miolos. Eu fiz.

Não importa como eu cheguei aqui. O que importa, parafraseando você mesmo, é que você NUNCA conheceu a Escócia, e NUNCA foi pra Nova Zelândia catar kiwis.

Você se rendeu aos churrascos de firma. Você se rendeu às revistas de carros. Você se rendeu às festas de casamento do pessoal do seu escritório. Você mentiu pra você mesmo que tudo era em nome da merda do Camaro, que sem isso não haveria Camaro, e o único filho-da-puta que admira esse Camaro fora você é o cretino que te dedurou pro seu chefe quando você errou os comandos de computador na transferência de saldo há dois anos! E VOCÊ LEVAVA ELE PRA PASSEAR AOS DOMINGOS, NA MERDA DO CAMARO!

 

(…)

 

Sei lá cara, sei lá…

Você não tava gordo, você não tinha dívidas, sua mulher não tinha problemas contigo, as pessoas se lembravam de você como o ‘graaaande fulano’ e, ainda assim, você preferiu engolir chumbo-quente e pólvora…

Você tava doente. E achava que essa doença era terminal; não te culpo, eu acho o mesmo. Mas minha opinião não é a mais importante aqui, né? Mas me mandou dizer que essa doença começou hoje, com essa promoção pra líder-de-turno…

Mas, não se deixe influenciar por mim, afinal, vai te render o dobro do salário, não? Algumas coisas não acontecem todos os dias…

 

A Receita.

Eu odeio ser a pessoa que irá te dar essa má notícia, mas a verdade deve ser dita a qualquer custo, penso eu… Vamos lá:
Quando a Vida te der limões, você não fará uma limonada. Tampouco irá juntar tequila e sal aos tais limões.

E você vai guardar rancor, não tem jeito. Sim, é bonitinho dizer que você não guarda nem dinheiro e que portanto não irá guardar rancor, mas não é verdade.

Devo te alertar também que viver NÃO ULTRAPASSA qualquer entendimento, desmentindo a ucraniana que a moda mais adora citar.
Quando a Vida te der limões, você vai chorar, e alguns irão espremer os limões nos olhos e depois chorar MAIS AINDA.

Você vai guardar rancor.
Porque você é HUMANO!
Não, isso não é um defeito. Mas existe uma falha genética que acomete 99% das pessoas hoje em dia; o caminho mais seguro. Dizer frases otimistas sobre os limões, sobre o rancor e sobre a magnitude da experiência de viver é uma doença que acomete quase o mundo inteiro hoje em dia. Isso reflete o Medo de se deixar largar e observar outras rotas de entendimento sobre todas as coisas que afligem as almas desde sempre. Fora o fato que mascaram a coisa mais triste que existe nessa Dor; a perda da Inocência. Não seja cínico, você sabe que isso aconteceu ou está acontecendo contigo.
Procure outras receitas com limão, dê um grande abraço no rancor e leve-o à destilaria de sua alma, tente entender a si mesmo antes de sair desvairado “vivendo” as citações de outras pessoas. Não escreva um livro. Não plante uma árvore. Seja bobo.
Mas antes de tudo, duvide. Duvide dos limões, do rancor, dos escritores da moda, dos poetas mortos e duvide de mim…

…Explore!